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POLÍTICA Segunda-feira, 15 de Maio de 2023, 22:18 - A | A

Segunda-feira, 15 de Maio de 2023, 22h:18 - A | A

votação da urgência do arcabouço fiscal

Relator confirma votação da urgência do arcabouço fiscal na quarta e inclusão de gatilhos

Segundo Cláudio Cajado, gatilhos são acionados para conter despesas e podem bloquear Orçamento e impedir realização de concursos públicos e reajuste de servidores. Bolsa Família e salário mínimo ficarão de fora dos cálculos. Cajado diz que proposta tem '

O relator do novo arcabouço fiscal na Câmara, Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou nesta segunda-feira (15) que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), deve pautar um requerimento de urgência para acelerar o andamento do texto na quarta (17). Cajado também confirmou que a nova versão da proposta terá gatilhos e sanções para o não cumprimento de metas fiscais.

"O presidente Arthur [Lira] vai colocar em urgência na quarta-feira. Para votarmos [o mérito] na próxima quarta", disse.

O requerimento de urgência acelera a votação da matéria e permite que o texto seja votado diretamente em plenário.

 

Segundo Cajado, os líderes formularam um texto que é o "consenso" da "unanimidade dos parlamentares". "Esse texto será disponibilizado para que todos tenham conhecimento e nós possamos fazer uma nova rodada de visitação às bancadas", afirmou.

O novo arcabouço foi enviado pelo governo ao Congresso em abril e substitui o atual teto de gastos, um mecanismo que limita o crescimento de grande parte das despesas da União à inflação.

 

Gatilhos

 

Originalmente, o texto do arcabouço fiscal estabelece, em linhas gerais, que, a cada ano, o crescimento máximo dos gastos públicos seja de 70% do crescimento da receita primária — ou seja, da arrecadação do governo com impostos e transferências.

Ainda que a arrecadação aumente consideravelmente, o governo também terá que respeitar um intervalo fixo para o crescimento real das despesas, entre 0,6% e 2,5% de crescimento real — ou seja, desconsiderada a inflação do período.

Cajado, no entanto, indicou nas últimas semanas que pretendia fazer alterações. Nesta segunda, o relator confirmou dois "gatilhos" — dispositivos que são disparados e que obrigam a contenção de despesas sempre que os gastos do governo ultrapassam certos limites.

"Estamos colocando alguns enforcements, que são algumas sanções, pelo não atingimento das metas", disse.

 

  • Bloqueio do Orçamento

 

 

Segundo ele, um dos gatilhos é o contingenciamento (bloqueio temporário) de Orçamento. Será feito com base nas avaliações bimestrais de receitas e despesas.

"Obviamente, se durante os relatórios, o governo e a gestão, perceber que não vai se atingir a meta, obviamente que você começa a contigenciar, mas não é bimestral. É obrigatório contingenciamento. Vai depender do governo", afirmou.

 

  • Relação despesas e receitas

 

O outro gatilho, de acordo com ele, será acionado quando as despesas obrigatórias do governo ultrapassarem 95% da relação despesas e receitas.

 

  • Penalizações

 

Nos dois casos, Cajado afirmou que poderão ser acionadas as penalizações previstas no artigo 167-A da Constituição Federal.

De acordo com ele, no primeiro ano de descumprimento, podem ser proibidas, por exemplo:

 

  • criação de cargos e funções que levem a aumento de despesa
  • criação de novas despesas obrigatória
  • concessão de benefícios tributários

 

No segundo ano, as medidas serão ampliadas. Passam a ser proibidos também:

 

  • aumento e reajuste na despesa com pessoal
  • admissão ou contratação de pessoal, ressalvadas reposições de vacâncias
  • realização de concurso público, exceto para reposições de vacâncias

 

O presidente, no entanto, poderá propor ao Congresso a supensão das sanções. O Parlamento poderá autorizar, segundo Cajado, com a demonstração de que o governo tem condições de corrigir as metas.

 

Ainda segundo Cajado, a proposta não estabelecerá qualquer tipo de punição criminal ao gestor que descumprir as metas. "A criminalização está descartada", disse.

 

Bolsa Família e salário mínimo

 

Cajado também confirmou a exclusão dos recursos do Bolsa Família e dos reajustes do salário mínimo das regras de contenção de despesas.

"Salário mínimo e Bolsa Família serão excepcionalizados", disse, acrescentando que o piso salarial foi retirado por acordo com os líderes.

Essa era uma das exigências do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para fazer concessões e ampliar apoio à proposta, segundo o blog do jornalista Valdo Cruz no g1.

 
 
FONTE:https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/05/15/relator-confirma-gatilhos-e-votacao-da-urgencia-do-arcabouco-fiscal-na-quarta.ghtml

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