Em passagem por Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, nesta sexta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou a fila dos ossos, durante a pandemia. Ele esteve na cidade para inauguração de um conjunto habitacional pelo programa Minha Casa Minha Vida.
“Mato Grosso tem os maiores criadores de gado, é um dos maiores produtores de grão do país e aparece uma mulher recebendo um osso para fazer sopa em casa. Não é explicável, no país que é o terceiro maior produtor de alimento do planeta, o maior produtor de proteiína animal do mundo, ter 33 milhões de pessoas passando fome. O Brasil produz alimento suficuente para o povo. Por que as pessoas passam fome? Porque elas não têm dinheiro para comprar os alimentos necessários. Se tivessem, encontravam no supermercado”, disse.
Ele também fez uma publicação em uma rede social sobre o assunto e disse que "temos quatro anos pela frente para consertarmos o país e acabarmos com a fome".
O episódio citado pelo presidente foi registrado em Cuiabá, em julho de 2021, durante a pandemia, quando dezenas de famílias foram para frente de um açougue para buscar ossos e restos de carne para se alimentar. A cena se repetiu por outras vezes.
O presidente também citou a chacina que aconteceu em Sinop, a 503 km de Cuiabá, no fim de fevereiro e vitimou sete pessoas – entre elas, uma adolescente de 12 anos, em um bar. Os assassinos não aceitaram as derrotas em partidas de sinuca a dinheiro.
“A gente vê na televisão, todo dia, pessoas agredindo pessoas, no supermercado, no aeroporto, no shopping. O país foi tomado pela violência porque a mentira e ódio dominaram. O Brasil deixou de ser fraterno”, disse.
Durante o discurso, Lula também falou sobre a retomada do Minha Casa Minha Vida e criticou governos anteriores pela demora na entrega do conjunto habitacional, que começou a ser construído em 2013. Ele também prometeu a finalização de mais dois empreendimentos que estão paralisados e, segundo ele, devem ser inaugurados em 2014.
Visita de Lula em Mato Grosso
Governo estadual
Em sua fala, o governador Mauro Mendes (União) lembrou que R$ 5,2 milhões dos cofres estaduais foram destinados ao residencial inaugurado e a expectativa de construir mais 40 mil casas populares em Mato Grosso nos próximos anos. Falou também sobre a polarização na política.
“O respeito à democracia é algo fundamental neste momento do nosso Brasil. É algo que nosso presidente tem levado em todos seus discursos, no Brasil e no mundo. É algo que todos nós temos que praticar. As eleições terminaram em outubro e precisamos unir o Brasil”, falou.
O residencial
A construção de 4 mil moradias foi anunciada em 2012, quando Dilma Rousseff ainda era presidente e a obra começou em 2013, com previsão de entrega para 2015. Com duas empresas contratadas para a construção, o objetivo era levantar 2,7 mil apartamentos na primeira fase e os demais, na segunda etapa.
No entanto, em 2014, as construtoras desistiram do empreendimento e as obras foram paralisadas, sendo retomadas somente em 2018.
No mesmo ano, apenas 1.440 apartamentos avançaram na construção. Os outros 1.154 que compreendiam a primeira etapa não foram concluídos e ainda seguem abandonados. Durante a solenidade desta sexta-feira (3), o governo federal anunciou a retomada da segunda etapa do residencial, que deve beneficiar mais de 1.150 famílias.
Em 2020 e 2022, a Secretaria de Habitação de Rondonópolis realizou os sorteios dos moradores. Agora, em 2023, os contratos foram assinados pelas pessoas que vão morar no residencial.
Os apartamentos estão divididos em oito condomínios.
fonte:https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2023/03/03/presidente-lula-chega-a-mt-para-entregar-14-mil-apartamentos.ghtml