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Chacina do Beco do Candeeiro

mãe de adolescente morto volta ao local do crime 26 anos após assassinatos para pedir justiça: 'lutar até a morte'

Um policial militar foi o único levado à júri até hoje, mas ele foi inocentado pela Justiça por falta de provas.

10 de julho de 1998, Adileu Santos, Reginaldo Magalhães, Edgard Arruda e um quarto menino que não foi identificado, com idades entre 13 e 16 anos, dormiam em um degrau localizado no Beco do Candeeiro, no Centro de Cuiabá, quando foram surpreendidos com vários disparos de arma de fogo e três deles morreram. Nesta quarta-feira (10), o crime completa 26 anos, e Maria dos Santos Silva, de 74 anos, mãe de Adileu, voltou ao local do crime para pedir, mais um vez, justiça pelo assassinato do filho e seus colegas.

Maria é moradora de Cáceres, a 220 km da capital, mas, desde a morte do filho, ela viaja para Cuiabá para cobrar as autoridades e manifestar a indignação pela perda de Adileu.

"Peguei carona para conseguir chegar até aqui. Todos os anos viajo em busca de justiça e não vou parar. Enquanto eu tiver vida, não vou parar. Vou lutar até a morte. Trabalhei muito para criar ele, era meu filho mais novo, e hoje não tenho ninguém. Meu sofrimento é muito grande", ressaltou.

Chacina do Beco do Candeeiro ocorreu em 10 de julho de 1998, no Centro de Cuiabá — Foto: Reprodução/ TVCA

Chacina do Beco do Candeeiro ocorreu em 10 de julho de 1998, no Centro de Cuiabá — Foto: Reprodução/ TVCA

Até hoje não está claro a motivação do crime. O único sobrevivente do grupo alvejado pela polícia participou do julgamento popular, em 2014, e reconheceu o policial militar Adeir de Souza Guedes Filho como o responsável pelas mortes dos garotos. Segundo a denúncia, o militar teria usado uma pistola para matar os garotos na rua. Ele foi o único levado ao julgamento, mas foi inocentado por falta de provas.

 

"Até hoje nada aconteceu e pra gente que é mãe isso é muito triste. Mataram crianças", disse Maria dos Santos.

Livro escrito por jornalista busca entender motivação da chacina no Beco do Candeeiro  — Foto: Helena Corezomaé

Livro escrito por jornalista busca entender motivação da chacina no Beco do Candeeiro — Foto: Helena Corezomaé

Um livro escrito pelo jornalista Johnny Marcus, a respeito da chacina, conta que a investigação não chegou a lugar algum, pois esse era exatamente o objetivo do Ministério Público e da Polícia Civil e Militar, à época. Os autos do processo, conforme o autor, revelam uma investigação mal conduzida e caótica.

Uma estátua dos três meninos assassinados foi instalada na Praça Senhor dos Passos e é um tributo aos adolescentes.

 

O Beco

 

Beco do Candeeiro foi palco de uma chacina em que três adolescentes foram mortos há 26 anos — Foto: Rogério Júnior/ g1 MT

O Beco leva esse nome por causa de um candeeiro na porta da Taverna, à época era chamado de Casa do Truque.

Em 1919, o beco teve a primeira instalação de energia elétrica já que era considerada como a rua mais importante de Cuiabá.

 

FONTE:https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2024/07/10/chacina-do-beco-do-candeeiro-mae-de-adolescente-morto-volta-ao-local-do-crime-26-anos-apos-assassinatos-para-pedir-justica-lutar-ate-a-morte.ghtml

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